quinta-feira, 25 de maio de 2017

JORNAL DA ALUZ Nº 3 MAIO 2017

JORNAL DA ALUZ Nº3


O LUZIENSE
ORGÃO OFICIAL DA ACADEMIA LUZIENSE DE LETRAS
ANO 1. Nº 3. MAIO 2017






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MAIO
MÊS DEDICADO À COMUNICAÇÃO

Dia 02 – Dia do Taquígrafo
Dia 03 – Dia Mundial e Internacional da Liberdade de Imprensa Dia 05 - Dia da Língua Portuguesa e da Cultura
Dia 06 – Dia do Cartógrafo Dia 08 - Dia do Profissional de Marketing
Dia 11 – Dia da Integração do Telégrafo no Brasil Dia 17 - Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação Dia 21- Dia da Língua Nacional
Dia 24 – Dia do Datilógrafo e Telegrafia
Dia 27 - Dia Mundial dos Meios de Comunicação
Dia 31 – Dia Mundial das Comunicações Sociais

SEXTA REUNIÃO DA ALUZ FOI REALIZADA NO SÃO BENEDITO




A sexta reunião da ALUZ foi realizada no dia 29 de abril 2017, na Rua Itamarati, 752, São Benedito. Tratou de vários assuntos interessantes para o desenvolvimento da instituição. Com destaque ao lançamento da 2ª. Coletânea da Aluz sob o tema Meio Ambiente. Também foi lançado a ideia do 1º Sarau Literário.
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MAIO: REUNIÃO DA ALUZ – CONVITE



SOBRE GRAFIA
Beth Bretas

Estava a ler Rubem Braga e me deparei com a palavra
ENCALACRAMENTO.
Adorei! Palavra gostosa de pronunciar – provoca sensação de libertação das cordas vocais.
ENCALACRAMENTO
ENCALACRAR
ENCALACRACÃO
ENCALACRÁVEL
ENCALACRADO!
Palavra que exala o significado negativo que possui em situações que ninguém quer vivenciar.
Quando escutamos essa palavra, sentimos que não é coisa boa, mas ela soa gostosamente na boca da pessoa.
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POEMA
Trem de Minas

Jefferson S. Lima

Lá vem o trem das montanhas,
Vem lá das Minas Gerais!
Lá vem o trem, cheinho de mineiros,
Cada mineiro com “seus trem”!
No trem de ferro que vem chegando,
Chega Maria - um trem danado de bão!
Graciosa, requebrando os quadris...
Atraindo olhares... Trem de doido...
Vem com o marido,
Um trem feio de doer - ô trem esquisito!
Maria o ama... Ele a chama ‘meu trenzinho’!
Diz que faz o trem gostoso, que só vendo...
Minas tem trem gostoso,
Trem de dar água na boca...
Tem frango com quiabo na panela de pedra,
Tem pão-de-queijo quentinho e café no bule,
Tem queijo-minas molhadinho...
É trem pra ninguém botar defeito!
Trem grande, trem pequeno,
Trem zuerento, trem amuado,
Trem bobo e trem ‘chique de mais da conta’.
O mineiro nunca perde o trem,
Ri por qualquer trem,
Não deixa a festança por trem nenhum,
É uma belezura que só vendo.
Se o trem tá feio, ainda vai melhorar,
Se tá feliz, é porque o trem tá bunito, uai!
Só cês vendo os trem daqui
Pra saber como essa terra é boa, sô!
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SAUL MARTINS, PESQUISADOR DE FOLCLORE,
UM INTELECTUAL MINEIRO

SEBASTIÃO BREGUEZ


Saul Martins (Januária, 1917, BH, 2009)
   
O professor Dr. Saul Alves Martins, Presidente de Honra da Comissão Mineira de Folclore, faleceu 11 de dezembro de 2009, em Belo Horizonte.  Seu enterro aconteceu no Cemitério do Bonfim. O velório foi anexo três do mesmo local. Estiveram presentes dezenas de professores, intelectuais, oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais, folcloristas da Comissão Mineira de Folclore e amigos. O Presidente da Academia de Letras da Polícia Militar, Coronel João Batista, foi o primeiro a falar e apontou as inúmeras obras literárias de Saul como poeta e escritor. O jornalista Carlos Felipe, Presidente da Comissão Mineira de Folclore falou em nome dos folcloristas mineiros, uma vez que Saul era o único membro vivo dos 28 intelectuais que fundaram a CMFL, em 19 de fevereiro de 1948, uma das primeiras instituições de pesquisa de folclore do país. Também discursou o professor e jornalista Sebastião Breguez que foi amigo pessoal de Saul e era considerado como filho por ele.
Saul Martins foi coronel da Polícia Militar de Minas Gerais e é autor do Hino da PM mineira. Era formado em Ciências Sociais e doutorou-se em Antropologia com tese sobre o Artesanato Brasileiro. Foi professor da UFMG até se aposentar.
Saul é mineiro de Januária, onde nasceu a primeiro de novembro de 1917, doutor e Ciências Sociais, professor de Antropologia, pesquisador, poeta e folclorista. Foi presidente do Conselho Diretor das Escolas Caio Martins, nos anos de 1962 e 1963 membro do Conselho Universitário da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, por dois anos, e Chefe do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, de 1970 a 1973.
Em 1951, em concorrido certame, a Academia Mineira de Letras considerou seu soneto Flores do Campo um dos dez melhores da fase contemporânea, em Minas Gerais. No ano seguinte, a Discoteca Pública Municipal de São Paulo premiou sua monografia Artes e Ofícios Caseiros.  Prêmio em Dinheiro.
Participou de todos os Congressos de Folclore realizados no Brasil, tendo sido relator, no último destes.  Representou o Estado de Minas Gerais no Congresso Internacional de Folclore, que reuniu especialistas de 32 países em São Paulo, durante o IV Centenário. De novo, por expressa delegação do Governador, representou Minas Gerais no Distrito Federal, por ocasião do VII Congresso Brasileiro de Folclore, realizado em 1974.
Foi membro do ex-Conselho Estadual de Cultura Popular do Estado e Coordenador do Programa Comemorativo do Sesquicentenário da Independência do Brasil, em Minas Gerais. Coordenou inúmeras semanas, festivais e exposições em Belo Horizonte para estudo e divulgação de cultura popular e vem ministrando cursos ligados à Antropologia, ao Folclore e Artesanato em muitos lugares do País, inclusive em nível de pós-graduação, como o que foi dado na Universidade do Amazonas, em 1975.

Presidente de Honra da Comissão Mineira de Folclore, único sobrevivente e um de seus fundadores, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, da Societé Internationale d’Ethnologie et de Folklore, com sede em Liége, Bélgica, da Academia Municipalista de Letras, da Academia de Letras Municipais do Brasil e membro correspondente das Academias Conquistense (Bahia), Itajubense e Juiz-Forana (Minas Gerais) de Letras.  Membro Fundador da Academia de Letras João Guimarães Rosa da Polícia Militar de Minas Gerais e Presidente do Conselho Superior.

Foi Mestre do Ano, em 1963, personalidade destaque em 1976 e em 1977, ganhador dos Troféus "Antero de Alencar" em 1978, e "Alferes Tiradentes" em 1984.
Em maio de 1979, a convite da Universidade Nacional de Córdoba, República Argentina, participou do Seminário sobre Patrimônio Artesanal. Tem várias obras publicadas e outras a sair. Seu livro sobre o bandoleiro Antônio Dó, cangaceiro mineiro, serviu de roteiro para filme de longa-metragem, colorido, hoje rodando no circuito comercial. Participou do I Simpósio Nacional sobre Folclore, realizado em Olímpia, Estado de São Paulo, no período de 14 a 17 de agosto de 1986, tendo atuado como Vice-Presidente por escolha unânime dos colegas folcloristas.
Foi agraciado com 45 MEDALHAS, sendo oito destas de ouro, 16 placas de prata; uma miniatura do espadim da Academia de Polícia Militar de Minas Gerais, e um suporte com placa da E.F.M.M. (Estrada de Ferro Madeira Mamoré), Porto Velho, Rondônia.

Cidadão Honorário de Belo Horizonte (Resolução 900, de 28 de abril de 1987) e Cidadão Honorário de Bonito de Minas. Recebeu do Vice-Presidente da República, o título de "Construtor do Progresso". Belo Horizonte, 26 de agosto de 2005.

BIBLIOGRAFIA DE SAUL MARTINS


1.      A Dança-de-São Gonçalo. Edições Mantiqueira. Belo Horizonte. 1954.
2.      Artes e Ofícios Caseiros. Separata da Revista do Arquivo, CLXIV. São Paulo. 1959.
3.      Os jogos infantis e as cantigas de roda. Centro Regional de Pesquisas Educacionais. INEP­MEC. Belo Horizonte. 1962.
4.      0 Artesanato no Serro. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1964.
5.      Uma Oficina em cada Lar. Edição da Secretaria do Trabalho e Cultura Popular. Belo Horizonte. 1964.
6.      A Indústria Caseira em Pitangui. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1966.
7.      Proteção ao Artesanato. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1966.
8.      Os Barranqueiros. Centro de Estudos Mineiros. UFMG. Belo Horizonte. 1969.
9.      0 Museu e a Pesquisa Artesanais. Editora da Academia Patense de Letras. Patos de Minas. 1969.
10.   Contribuição ao Estudo Cientifico do Artesanato. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1973.
11.   0 Artesanato na região de Barreiras (nota previa). Campus Avançado da UFMG. Barreiras. Bahia. 1973.
12.   Arte e Artesanato Folclóricos. MEC-FUNARTE-CDFB. Rio de Janeiro. 1976.
13.   Arte Popular Figurativa. Edições Carranca. Belo Horizonte. 1977.
14.   Folclore: Teoria e Método. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1986.
15.   O Misterioso Número Três. Edições Carrancas. Belo Horizonte. 1987.
16.   Congado: Família de Sete Irmãos. SESC-MG. Belo Horizonte. 1988.
17.   Folclore em Minas Gerais. Editora UFMG. Belo Horizonte. 1991.
18.   Panorama Folclórico. SESC-MG. Belo Horizonte. 2004.
19.   Antônio Dó. Imprensa Oficial de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1967.
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 EXPEDIENTE

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