quinta-feira, 22 de junho de 2017

JORNAL DA ALUZ N.4, JUNHO 2017


Órgão oficial da Academia de Letras de Santa Luzia.MG.
ANO 1. N.4 JUNHO 2017






JUNHO
MÊS DEDICADO À COMUNICAÇÃO
Dia 01 – Dia da Imprensa e Primeira Transmissão de TV no Brasil
Dia 05 – Dia da Ecologia   /    Dia Mundial do Meio Ambiente
Dia 07 –Dia da Liberdade de Imprensa
Dia 10 –Dia da Língua Portuguesa
Dia 12 – Dia do Correio Aéreo Nacional
Dia 19 – Dia do Cinema Brasileiro
Dia 21 – Dia da Mídia
Dia 24 – Dia das Empresas Gráficas
Dia 29 – Dia da Telefonista

REUNIÃO DA ALUZ FOI REALIZADA NA ESCOLA MUNCIPAL MIGUEL RESENDE NO SÃO BENEDITO

Maria Anésia Elias Dias
Primeira secretária da ALUZ

7ª Reunião da ALUZ


Acadêmicas homenageadas

Plenária da reunião

A Academia Luziense de Letras - ALUZ sente-se orgulhosa pelo progresso e pelos avanços alcançados, devido a um trabalho persistente e de qualidade da direção e demais membros acadêmicos. É evidente que surgem dificuldades e problemas. Porém, os mesmos estão sendo discutidos, avaliados nas reuniões mensais, na busca de alternativas consistentes para solucioná-los. Na última reunião, dia 27 de maio de 2017, na E.M. Miguel Resende, em São Benedito - Santa Luzia, muita coisa boa aconteceu e evidentemente, comprovando a eficácia do grupo, embora pequeno. Compareceram quinze (15) participantes, entre eles, o presidente, secretárias, tesoureiro, membros da Academia e visitantes. O ambiente foi consolidado dentro de um clima de muita harmonia e interação do grupo, na biblioteca da escola, respeitando o espaço de cada um e desenvolvendo os temas da pauta, anteriormente elaborados. Merecem destaque, a criação de um Conselho de Ética, um olhar diferente e constante na transparência dos trabalhos oferecidos pela ALUZ. A entrega de diplomas de honra ao mérito pelos ótimos serviços prestados à Academia para alguns acadêmicos. E a sensacional notícia de oficialização do CNPJ da Academia que é fundamental no processo das negociações financeiras e outros. A reunião foi considerada pela equipe, uma reunião com inúmeros aproveitamentos e resultados positivos e logo após, foi servido um saboroso lanche de confraternização.

JUNHO: REUNIÃO DA ALUZ – CONVITE

A próxima reunião da Academia Luziense de Letras – ALUZ, excepcionalmente, será realizada em BH, na casa do pai de nossa confrade, Acadêmica Beth Bretas, no dia 24 de Junho de 2017, às 16Hhs, na Rua Bom Jesus da Penha,144 - B.Santa Terezinha, em Belo Horizonte, região da Pampulha (referência o Restaurante Verdim na Av. Santa Terezinha).

PAUTA
1) Formação da mesa
2) Hino Nacional
3) ORAÇÃO da Academia
4) FALA do presidente
5) Livro: Meio Ambiente
6) I FESTIVAL Artístico Literário
7) Apresentação artística: Acadêmico Dr. ROCIVAL
8) Fardões.
9) Outubro Mágico.
10) Homenagens.

Por Beth Bretas

Meu pai,um Corredor à frente do seu tempo - as corridas começaram para ele numa época em que correr era para loucos,pois ninguém sabia,como ele,o bem que uma corrida faz.
Conheceu essa modalidade aos 12 anos,quando disputou o primeiro lugar nos pátios do Colégio de Padres,São João Del Rei - MG, e nunca mais parou.
Na II Volta Internacional da Pampulha, sua estreia em evento internacional,brilhou,subiu ao pódio...Foi homenageado e se tornou uma referência para os corredores de rua.
2013, tantos anos depois dos pódios do colégio,ao vê-lo correr,me perguntei:  Existe algo que possa  corresponder ao exemplo que ele nos dá?!
Ele ali, com seus 89 anos de vigor,de exemplo,de saúde, de pai que mostra para o mundo que a terceira idade pode correr, de forma internacional, nas pistas de uma Pampulha.
               



Entregue  à  beleza do dia, mais uma vez, me posicionei para vê-lo passar. E  enquanto uma multidão aplaudia os atletas,eu aplaudia meu pai. Sentindo o quanto era pouco, só aplaudir.
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CRÔNICA
O RELÓGIO
Vanessa Barros

            – Aquilo é o quê? Um relógio? – Perguntou o homem, apontando o relógio da estação à bilheteira no bloqueio em Eldorado.
            – É sim. É um relógio – ela responde.
            – E aquilo são ponteiros?
            – Sim. São ponteiros.
            – E os ponteiros estão certos?
            – Acho que estão.
            – Se os ponteiros estão certos, as horas estão certas...
            – Sim, as horas estão certas.
            – E quando chega a hora certa é hora de ir pra lá...
            – É hora de ir pra lá sim.
            – E eu vou pra lá.
            – Vai? Tá certo. Então vai...
            – Mas você não. Eu vou pra lá. Você fica aí.
            – Sim. Eu fico aqui.
            – Tô indo... Pra lá, ó!
            – Beleza. Vai mesmo.... Enquanto você vai, eu fico.
            – Sim. Claro! Aí. Você fica aí.
            – Certo. Eu fico aqui.
            – Os ponteiros, ó. Tá na hora de ir pra lá...
            – Então...Vai pra lá. Eu fico aqui.
        Você fica aí. Aí, hein...Fica aí. Já fui. Tchau!
            (Vanessa Barros. In: Crônicas a Bordo de um Trem Urbano _ A viagem continua)
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BARRIGADAS DO JORNALISMO

Por Sebastião Breguez
Escrever é função principal do jornalismo profissional. Principalmente escrever bem. O que significa ter zelo pela gramática, pela ortografia e, sobretudo, saber usar palavras e expressões que tenham sentido e possam comunicar sem deixar dúvidas. Depois de passar quatro anos em Curso de Jornalismo em uma faculdade, muitos focas, iniciantes na profissão, cometem gafes imperdoáveis. Mesmo com os MANUAIS DE REDAÇÃO dos jornais, que gastam páginas e páginas com recomendações aos seus profissionais. No final, a súplica: "Tenham pena do leitor. Releiam os textos."
No entanto, muitos profissionais não ligam para isso. Na pressa, soltam a matéria sem revisão. Resultado: os jornais estão cheinhos de "pérolas". Os leitores atentos, anotam-nas. Vejam só algumas delas. Divirtam-se ou chorem!

   "Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério para a satisfação dos habitantes." (Eles, os mortos, deviam estar com muita sede, coitados...)

   "A nova terapia traz esperanças a todos os que morrem de câncer a cada ano." (Viva a ressurreição!)

   "Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem intensamente." (Não pagaram os direitos do El Niño. Olha no que deu...)

   "Os sete artistas compõem um trio de talento." (Alguém aí tem uma calculadora?)

  "A vítima foi estrangulada a golpes de facão." (Que horror...)

   "No corredor do hospital psiquiátrico, os doentes corriam como loucos." (É mesmo?! Que coisa impressionante!!!)

  "Ela contraiu a doença na época em que ainda estava viva." (Que azar, coitada!)

"O aumento do desemprego foi de 0% em novembro." (Onde vamos parar desse jeito?)

  "O presidente de honra é um jovem septuagenário de 81 anos." (Quanta confusão!)

  "Parece que ela foi morta pelo seu assassino." (Como conseguiram desvendar o mistério?)

  "A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço." (É, todo mundo já sabia que eram defeituosas...)

  "O acidente foi no tristemente célebre Retângulo das Bermudas." (Não era Triângulo das Bermudas?)

  "Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio, trata-se de um incêndio." (Achei que fosse uma churrascada!)

"O velho reformado, antes de apertar o pescoço da mulher até a morte, se suicidou." (A volta dos mortos-vivos)

  "À chegada da polícia, o cadáver se encontrava rigorosamente imóvel." (Viu como ele é disciplinado?)
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ACONTECEU

Poeta Geraldo França participa de sarau literário

Escritora Else Dorotea Lopes participa de nova coletânea e recebe prêmi

Nosso confrade Fabiano Reis divulga ALUZ em evento com a Copasa
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EXPEDIENTE

O LUZIENSE é órgão oficial da Academia Luziense de Letras.
DIRETORIA: Presidente José França. Vice-Presidente: Antônio de Pádua Galvão. Secretario: Maria Anésia Elias Dias. Tesoureiro: Livingston Marlison Siqueira.
EDITOR RESPONSÁVEL: Jornalista Sebastião Breguez (Mtb: 2226 MG)

EMAIL PARA CORRESPONDENCIA: breguez@hotmail.com
WhatsApp: 31 98877-5565 

quinta-feira, 25 de maio de 2017

JORNAL DA ALUZ Nº 3 MAIO 2017

JORNAL DA ALUZ Nº3


O LUZIENSE
ORGÃO OFICIAL DA ACADEMIA LUZIENSE DE LETRAS
ANO 1. Nº 3. MAIO 2017






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MAIO
MÊS DEDICADO À COMUNICAÇÃO

Dia 02 – Dia do Taquígrafo
Dia 03 – Dia Mundial e Internacional da Liberdade de Imprensa Dia 05 - Dia da Língua Portuguesa e da Cultura
Dia 06 – Dia do Cartógrafo Dia 08 - Dia do Profissional de Marketing
Dia 11 – Dia da Integração do Telégrafo no Brasil Dia 17 - Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação Dia 21- Dia da Língua Nacional
Dia 24 – Dia do Datilógrafo e Telegrafia
Dia 27 - Dia Mundial dos Meios de Comunicação
Dia 31 – Dia Mundial das Comunicações Sociais

SEXTA REUNIÃO DA ALUZ FOI REALIZADA NO SÃO BENEDITO




A sexta reunião da ALUZ foi realizada no dia 29 de abril 2017, na Rua Itamarati, 752, São Benedito. Tratou de vários assuntos interessantes para o desenvolvimento da instituição. Com destaque ao lançamento da 2ª. Coletânea da Aluz sob o tema Meio Ambiente. Também foi lançado a ideia do 1º Sarau Literário.
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MAIO: REUNIÃO DA ALUZ – CONVITE



SOBRE GRAFIA
Beth Bretas

Estava a ler Rubem Braga e me deparei com a palavra
ENCALACRAMENTO.
Adorei! Palavra gostosa de pronunciar – provoca sensação de libertação das cordas vocais.
ENCALACRAMENTO
ENCALACRAR
ENCALACRACÃO
ENCALACRÁVEL
ENCALACRADO!
Palavra que exala o significado negativo que possui em situações que ninguém quer vivenciar.
Quando escutamos essa palavra, sentimos que não é coisa boa, mas ela soa gostosamente na boca da pessoa.
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POEMA
Trem de Minas

Jefferson S. Lima

Lá vem o trem das montanhas,
Vem lá das Minas Gerais!
Lá vem o trem, cheinho de mineiros,
Cada mineiro com “seus trem”!
No trem de ferro que vem chegando,
Chega Maria - um trem danado de bão!
Graciosa, requebrando os quadris...
Atraindo olhares... Trem de doido...
Vem com o marido,
Um trem feio de doer - ô trem esquisito!
Maria o ama... Ele a chama ‘meu trenzinho’!
Diz que faz o trem gostoso, que só vendo...
Minas tem trem gostoso,
Trem de dar água na boca...
Tem frango com quiabo na panela de pedra,
Tem pão-de-queijo quentinho e café no bule,
Tem queijo-minas molhadinho...
É trem pra ninguém botar defeito!
Trem grande, trem pequeno,
Trem zuerento, trem amuado,
Trem bobo e trem ‘chique de mais da conta’.
O mineiro nunca perde o trem,
Ri por qualquer trem,
Não deixa a festança por trem nenhum,
É uma belezura que só vendo.
Se o trem tá feio, ainda vai melhorar,
Se tá feliz, é porque o trem tá bunito, uai!
Só cês vendo os trem daqui
Pra saber como essa terra é boa, sô!
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SAUL MARTINS, PESQUISADOR DE FOLCLORE,
UM INTELECTUAL MINEIRO

SEBASTIÃO BREGUEZ


Saul Martins (Januária, 1917, BH, 2009)
   
O professor Dr. Saul Alves Martins, Presidente de Honra da Comissão Mineira de Folclore, faleceu 11 de dezembro de 2009, em Belo Horizonte.  Seu enterro aconteceu no Cemitério do Bonfim. O velório foi anexo três do mesmo local. Estiveram presentes dezenas de professores, intelectuais, oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais, folcloristas da Comissão Mineira de Folclore e amigos. O Presidente da Academia de Letras da Polícia Militar, Coronel João Batista, foi o primeiro a falar e apontou as inúmeras obras literárias de Saul como poeta e escritor. O jornalista Carlos Felipe, Presidente da Comissão Mineira de Folclore falou em nome dos folcloristas mineiros, uma vez que Saul era o único membro vivo dos 28 intelectuais que fundaram a CMFL, em 19 de fevereiro de 1948, uma das primeiras instituições de pesquisa de folclore do país. Também discursou o professor e jornalista Sebastião Breguez que foi amigo pessoal de Saul e era considerado como filho por ele.
Saul Martins foi coronel da Polícia Militar de Minas Gerais e é autor do Hino da PM mineira. Era formado em Ciências Sociais e doutorou-se em Antropologia com tese sobre o Artesanato Brasileiro. Foi professor da UFMG até se aposentar.
Saul é mineiro de Januária, onde nasceu a primeiro de novembro de 1917, doutor e Ciências Sociais, professor de Antropologia, pesquisador, poeta e folclorista. Foi presidente do Conselho Diretor das Escolas Caio Martins, nos anos de 1962 e 1963 membro do Conselho Universitário da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, por dois anos, e Chefe do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, de 1970 a 1973.
Em 1951, em concorrido certame, a Academia Mineira de Letras considerou seu soneto Flores do Campo um dos dez melhores da fase contemporânea, em Minas Gerais. No ano seguinte, a Discoteca Pública Municipal de São Paulo premiou sua monografia Artes e Ofícios Caseiros.  Prêmio em Dinheiro.
Participou de todos os Congressos de Folclore realizados no Brasil, tendo sido relator, no último destes.  Representou o Estado de Minas Gerais no Congresso Internacional de Folclore, que reuniu especialistas de 32 países em São Paulo, durante o IV Centenário. De novo, por expressa delegação do Governador, representou Minas Gerais no Distrito Federal, por ocasião do VII Congresso Brasileiro de Folclore, realizado em 1974.
Foi membro do ex-Conselho Estadual de Cultura Popular do Estado e Coordenador do Programa Comemorativo do Sesquicentenário da Independência do Brasil, em Minas Gerais. Coordenou inúmeras semanas, festivais e exposições em Belo Horizonte para estudo e divulgação de cultura popular e vem ministrando cursos ligados à Antropologia, ao Folclore e Artesanato em muitos lugares do País, inclusive em nível de pós-graduação, como o que foi dado na Universidade do Amazonas, em 1975.

Presidente de Honra da Comissão Mineira de Folclore, único sobrevivente e um de seus fundadores, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, da Societé Internationale d’Ethnologie et de Folklore, com sede em Liége, Bélgica, da Academia Municipalista de Letras, da Academia de Letras Municipais do Brasil e membro correspondente das Academias Conquistense (Bahia), Itajubense e Juiz-Forana (Minas Gerais) de Letras.  Membro Fundador da Academia de Letras João Guimarães Rosa da Polícia Militar de Minas Gerais e Presidente do Conselho Superior.

Foi Mestre do Ano, em 1963, personalidade destaque em 1976 e em 1977, ganhador dos Troféus "Antero de Alencar" em 1978, e "Alferes Tiradentes" em 1984.
Em maio de 1979, a convite da Universidade Nacional de Córdoba, República Argentina, participou do Seminário sobre Patrimônio Artesanal. Tem várias obras publicadas e outras a sair. Seu livro sobre o bandoleiro Antônio Dó, cangaceiro mineiro, serviu de roteiro para filme de longa-metragem, colorido, hoje rodando no circuito comercial. Participou do I Simpósio Nacional sobre Folclore, realizado em Olímpia, Estado de São Paulo, no período de 14 a 17 de agosto de 1986, tendo atuado como Vice-Presidente por escolha unânime dos colegas folcloristas.
Foi agraciado com 45 MEDALHAS, sendo oito destas de ouro, 16 placas de prata; uma miniatura do espadim da Academia de Polícia Militar de Minas Gerais, e um suporte com placa da E.F.M.M. (Estrada de Ferro Madeira Mamoré), Porto Velho, Rondônia.

Cidadão Honorário de Belo Horizonte (Resolução 900, de 28 de abril de 1987) e Cidadão Honorário de Bonito de Minas. Recebeu do Vice-Presidente da República, o título de "Construtor do Progresso". Belo Horizonte, 26 de agosto de 2005.

BIBLIOGRAFIA DE SAUL MARTINS


1.      A Dança-de-São Gonçalo. Edições Mantiqueira. Belo Horizonte. 1954.
2.      Artes e Ofícios Caseiros. Separata da Revista do Arquivo, CLXIV. São Paulo. 1959.
3.      Os jogos infantis e as cantigas de roda. Centro Regional de Pesquisas Educacionais. INEP­MEC. Belo Horizonte. 1962.
4.      0 Artesanato no Serro. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1964.
5.      Uma Oficina em cada Lar. Edição da Secretaria do Trabalho e Cultura Popular. Belo Horizonte. 1964.
6.      A Indústria Caseira em Pitangui. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1966.
7.      Proteção ao Artesanato. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1966.
8.      Os Barranqueiros. Centro de Estudos Mineiros. UFMG. Belo Horizonte. 1969.
9.      0 Museu e a Pesquisa Artesanais. Editora da Academia Patense de Letras. Patos de Minas. 1969.
10.   Contribuição ao Estudo Cientifico do Artesanato. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1973.
11.   0 Artesanato na região de Barreiras (nota previa). Campus Avançado da UFMG. Barreiras. Bahia. 1973.
12.   Arte e Artesanato Folclóricos. MEC-FUNARTE-CDFB. Rio de Janeiro. 1976.
13.   Arte Popular Figurativa. Edições Carranca. Belo Horizonte. 1977.
14.   Folclore: Teoria e Método. Imprensa Oficial. Belo Horizonte. 1986.
15.   O Misterioso Número Três. Edições Carrancas. Belo Horizonte. 1987.
16.   Congado: Família de Sete Irmãos. SESC-MG. Belo Horizonte. 1988.
17.   Folclore em Minas Gerais. Editora UFMG. Belo Horizonte. 1991.
18.   Panorama Folclórico. SESC-MG. Belo Horizonte. 2004.
19.   Antônio Dó. Imprensa Oficial de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1967.
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 EXPEDIENTE

O LUZIENSE é órgão oficial da Academia Luziense de Letras.
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sábado, 22 de abril de 2017

JORNAL DA ALUZ Nº 2, ABRIL 2017

O LUZIENSE
ÓRGÃO OFICIAL DA ACADEMIA LUZIENSE DE LETRAS
ANO 1. Nº 2. ABRIL 2017





                                     ABRIL: MÊS DEDICADO LITERATURA

Dia 02 – Dia Internacional do Livro Infantil

Dia 05 – Dia das Telecomunicações

Dia 07 – Dia do Jornalismo

Dia 18 – Dia Nacional do Livro / Monteiro Lobato

Dia 23 – Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor

7ª REUNIÃO DA ALUZ SERÁ EM SÃO BENEDITO

A sétima reunião da ALUZ será realizada no próximo dia 29 de abril, às 16hs, na rua Itamarati, 752, São Benedito. A pauta da reunião é:

1.    Formação da mesa diretora;
2.    Hino Nacional;
3.    Apresentação de novos membros da ALUZ e convidados;
4.    Fala do Presidente;
5.    Apresentação artística;
6.    Informe 2ª. Coletânea ALUZ MEIO AMBIENTE;
7.       Apresentação projeto Primeiro Sarau Literário-Artístico da ALUZ;
8.       Projeto Cesta Literária;
9.       Palestra Romeu Teixeira Campos;
10.   Assuntos Financeiros;
11.   Considerações finais;
12.   Leitura da Ata;
13.   Encerramento/Lanche de confraternização.


MARÇO 2017
REUNIÃO DA ALUZ FOI
NA CASA DO BARÃO DE CATAS ALTAS




A última reunião da ALUZ aconteceu na Casa do Barão de Catas Altas, no centro de Santa Luzia (Rua Silva Jardim, 129, Centro, Santa Luzia. MG.).  A casa é hoje de propriedade do jornalista José Carlos Santana e é uma local de eventos culturais da cidade. A reunião teve presença de vários acadêmicos e debateu temas como Lançamento da 2ª Coletânea de Autores da Aluz, sob o o tema Meio Ambiente. Tratou da Cesta Literária, uma iniciativa da Aluz para divulgar a literatura e impulsionar os hábitos de leitura da população. Tratou também da inclusão do Folclore como parte das atividades da entidade.


                FRANÇA FAZ HOMENAGEM ÀS MULHERES


O presidente da ALUZ, Poeta José França faz homenagem às mulheres com declamação de poema e distribuição de rosas

 MULHER 

 José França 

Uma homenagem às mulheres, no mês delas - MARÇO - e, principalmente, às da nossa Academia - ALUZ - Academia Luziense de Letras e Artes. 

Quando as gerações te chamaram maldita 
A poesia te fez Deusa 
Quando a História te fez profana 
A poesia te fez sagrada. 
Quando os homens viram em ti, o inferno 
Os poetas te elevaram ao paraíso 
Quando os homens viram em ti os espinhos 
Os poetas chamaram-te de flor. 
Quando os séculos ti fizeram prostituta 
A poesia te fez santa 
Quando as épocas te chamaram plebeia 
A poesia te fez rainha. 
Quando o mundo te fez vagabunda 
A poesia te fez dama. 
Quando as religiões te proclamaram sem alma 
A poesia te fez divina. 
Quando a sociedade te fez escrava os poetas te fizeram musa 
Quando os reis fizeram de ti objeto de consumo 
Os poetas fizeram de ti fonte de inspiração. 
Quando a modernidade te fez efêmera 
A poesia te fez eterna. 

MULHER 

Porque tu és serenidade, suavidade, juventude, infinitude, divindade, 
Pois és Sherazade, Penélope, Joana Suzana. 
És Helena, MataHary, Elizabeth, Verônica, Madalena. 
És Andréia, Frineia, Medeia Dulcinéia, és Maria. 
És Afrodith, és Judith, és Tereza, és beleza, és Sofia. 
És Capitu, és Pagu, és Laura, Glaura, Isaura, Ester, 
És Isabel, Beatrizl, és Jocasta, és Florence, és Mulher. 
És rosa, violeta, acácia, açucena, és dália, azaleia, madrepérola, és verbena, 
És vida, margarida, buganvília perfumada, 
És orquídea, és Mãe, esposa, amante, namorada. 
És emoção, és paixão, dor, certeza e verdade. 
És amor, és prazer, és canto, és encanto, és saudade. 
Como eu gostaria de descobrir os teus segredos 
Para melhor te entender. Como eu gostaria de revelar os teus mistérios, 
Para poder te conhecer. 
Como eu gostaria de decifrar os teus enigmas 
Para, diante de ti, ajoelhar e ti admirar. 
Se meu coração estúpido, embrutecido de homem, 
Não conseguiu te entender, compreender-te, 
Mas, MULHER, pode estar certa, 
Ele um dia aprendeu a ti AMAR. 

José França 

Uma homenagem às mulheres, no mês delas - MARÇO - e, principalmente, às da nossa Academia - ALUZ - Academia Luziense de Letras e Artes. 

APRESENTAÇÃO ARTÍSTICA
ATRIZ CIRLENE LOPES EMPOLGA PÚBLICO COM POEMA DE GERALDO FRANÇA



Resto de Carne Cativa

 (Canto de abertura)

"A Sinhá tá chamando. 
Ô vida! 
Com chicote na mão. 
ô vida! 
Eu não sou negra dela.
Ó vida! 
Eu não quero apanhar. 
Eu não vou lá.
Eu não quero apanhar.
Eu não vou lá."
(Declamação)
A Sinhá tá chamando. Mas eu não vou lá. O Sinhô tá chamando. Também lá não vou. Eu não sou mais negra deles. Não vou não senhor. Sou carne de cativo que o destino reservou.
A minha carne é uma herança de cativa maltratada. Sequestrada no deserto.
Atraída pelo doce e pelo som do tamborim. Foi retalhada no chicote e salgada no negreiro. E vendida a preço alto lá no pelourinho.
A minha carne mazelada. Transportada acorrentada. Leiloada foi vendida à escolha do freguês.
Foi a única que chegou no Brasil pra trabalhar. Não veio para roubar. 
Não veio para matar. Nem tão pouco explorar. 
Como a carne branca fez.
Minha carne pouco fala. Estragada no racismo, se fala o chicote estala. Criticada ao misticismo, é carne que ouve e cala. Sou raça de negro velho Criado numa senzala.
Bisneta de negra velha, 
odiada pela cor. Torturada na senzala. Massacrada pela dor. Sem direito ao sentimento e a escolha de um amor. Sem direito ao casamento, pra criar os seus rebentos e às vezes violentada nas mãos de reprodutor.
Sou carne religiosa, sem direito a amar a Deus. Sou carne de mãe babá, sem poder cuidar dos meus. Sou carne de benzedeira, carne que bate pandeiro. Carne que rufa tambor, batucando no terreiro. 
Fuma cachimbo e charuto, queima incenso e faz fumaça. Sem direito a pão e vinho.
Só posso beber cachaça.
Uso folhas de guiné.
Pra curar o mal de espanto 
e raminho de arruda, 
pra poder benzer quebranto. Por causa das minhas crenças. Me chamam de feiticeira, macumbeira e mãe de santo.
Dizem que sou filha do diabo. Que sou carne do diabo. Dá medo até de falar. Mas com certeza Deus é bom! Tudo que eu peço ele me dá.
O diabo eu não sei, e, nem posso falar nele. Pois eu não conheço ele. Também não sou quenga dele. Se ele é bom ou é ruim.
Nunca pedi nada pra ele.
Apesar da carne negra.
Também tenho os meus encantos. Não preciso de mandinga, 
para dar prazer aos brancos. Quando prova da negrinha se encanta. Fica bobo e fica franco.
Minha carne é carne negra. 
Mas não é carne de churrasco. Nem é carne de moqueca. 
Eia é carne de trabalho. Encardida na fumaça, 
sapecada no borralho. Esturrada na cozinha. 
Sabor de pimenta e alho. 
Hoje em dia a minha carne.
Não tem preço no mercado. É carne negra sem valor. Estragada com odor. 
Mi desculpe meu senhor! 
Se minha carne tem odor! É o cansaço do trabalho 
e o jorro do suor. A imundice do negreiro, 
o desleixo da senzala e a ferida da chibata, 
que até hoje não curou.
(Canto de encerramento)
"Se fosse treze de maio 
Muita gente ia ver.
Eu daria uma festa bonita.
Pro povo rico entender.
Pois a princesa libertou.
E o mundo inteiro chorou.
No dia treze de Maio.
A escravidão acabou.
No dia treze de Maio.
A escravidão acabou."
Geraldo França 

                                                   POEMA A SÃO JORGE
                                            Dia 23.04 – Dia de São Jorge

 BETH BRETAS

SÃO JORGE


Se  morre
em dia ensolarado
com céu azul,borboleta...
e luar.

Lua prendendo São Jorge
Com espada na mão
Distante, muito distante
Para salvar um “eu”
Tão pequeno
 E mergulhado...

Há detalhes
Que não se deve contar
Segredos irreveláveis
Só existindo
Dentro do olhar.

Há na Lua um São Jorge
Com Dragão a fumegar.

Beth Bretas
Dia 23.04 – Dia de São Jorge
                
                 O QUE É FOLCLORE ?

Prof. Dr. Sebastião Breguez


Folclore é a cultura das classes populares também chamadas de classes subalternas ao poder da elite dominante. Numa sociedade encontramos, em síntese, três culturas diferenciadas: a cultura da elite dominante, que é transmitida pelas escolas oficiais, a cultura popular ou folclore, que é transmitida pela oralidade através de geração, de pais a filhos. E por último a cultura de massa que é passada pela mídia (jornal/revista, rádio e TV).

O folclore e o fato folclórico é toda manifestação cultural das classes populares que tem como base estrutural de sustentação a oralidade, a tradição e o anonimato. É tudo aquilo que está abrangido pela cultura do povo, que é folclore.

A palavra folclore foi usada pela primeira vez em 22 de agosto de 1848 pelo arqueólogo inglês Willian John Thoms, em carta enviada à revista The Atheneun para designar antiguidades populares. Ou seja, narrativas ou registros dos cantos, dos costumes e usos dos tempos antigos. Para isto, Thoms usou de duas velhas raízes saxônicas: folk, que significa povo e lore, que significa conhecimento, saber, cultura. Assim, folk-lore seria a designação do conjunto dos fatos folclóricos ou sabedoria ou cultura popular. Com o tempo, as duas palavras foram escritas em o hífen, formando uma só: folklore. E, assim, foi usada no Brasil até que a letra k foi substituída pela letra c, com a reforma ortográfica, originando a palavra folclore.

O fato folclórico pode ser representado pelo conjunto das manifestações culturais envolvidas pelo folclore como o traje e as vestimentas regionais, a gastronomia, a habitação, as artes domésticas, o artesanato, as crendices, os jogos, as danças, as músicas, a poesia anônima, o conto popular, a literatura de cordel, o congado, o bumba-meu-boi, a queima de Judas, o linguajar, a medicina rústica, a religiosidade e as festas populares. Ou seja, todo um sistema de pensar, sentir e agir que caracterizam a cultura das classes populares.

Mas todo este conjunto cultural abrangido pelo fato folclórico tem uma característica: ele se comunica, expressa idéias, sentimentos e opiniões. É nesta leitura que se fundamentam os estudos da Folkcomunicação. Entender o sentido das mensagens passadas pelas manifestações culturais do povo brasileiro. O fato folclórico se fundamenta na oralidade, na tradição e no anonimato.

A oralidade é uma das características básicas do fato folclórico. O folclore é transmitido de pais a filhos, através de gerações a gerações pelo processo da comunicação oral. Não existe nada escrito, tudo é passado pelo processo de boca a ouvido através do tempo. Na oralidade, o processo de comunicação é informal e dinâmico, articulado pela proximidade e presença do emissor e do receptor das mensagens.

A tradição é outra característica do folclore. O fato folclórico não nasce hoje, mas existe e co-existe na sociedade através de décadas. É tradicional, mas atualiza-se e incorpora novos elementos de informação e expressão. A antiguidade dá o conteúdo básico, mas a forma incorpora elementos novos de acordo com a evolução da sociedade.

O anonimato é também uma característica básica. Ninguém sabe quem foi o criador do fato folclórico, a sua autoria é ignorada. Muitas expressões, até mesmo músicas são cantadas pelo povo há séculos sem que se saiba a autoria das mesmas. Elas são absorvidas e aceitas pelas classes populares que se perde o elemento de criação individual. Muitas vezes, entretanto, encontramos fatos folclóricos que não são anônimos como os ex-votos, autos-de-fé, abecês e desafios.

A estas características deve se acrescentar a espontaneidade, a informalidade, a plasticidade, a atualidade, a vontade de comunicar alguma mensagem através de código, símbolo, cor ou som.

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