ÓRGÃO OFICIAL DA
ACADEMIA LUZIENSE DE LETRAS
ANO
1. Nº 2. ABRIL 2017
ABRIL:
MÊS DEDICADO LITERATURA
Dia 02 – Dia Internacional do Livro
Infantil
Dia 05 – Dia das Telecomunicações
Dia 07 – Dia do Jornalismo
Dia 18 – Dia Nacional do Livro /
Monteiro Lobato
Dia 23 – Dia Mundial do Livro e do
Direito do Autor
7ª REUNIÃO DA ALUZ SERÁ EM SÃO BENEDITO
A sétima reunião da ALUZ será realizada no próximo dia 29
de abril, às 16hs, na rua Itamarati, 752, São Benedito. A pauta da reunião é:
1. Formação
da mesa diretora;
2. Hino
Nacional;
3. Apresentação
de novos membros da ALUZ e convidados;
4. Fala
do Presidente;
5. Apresentação
artística;
6. Informe
2ª. Coletânea ALUZ MEIO AMBIENTE;
7.
Apresentação projeto Primeiro Sarau Literário-Artístico
da ALUZ;
8.
Projeto Cesta Literária;
9.
Palestra Romeu Teixeira Campos;
10.
Assuntos Financeiros;
11.
Considerações finais;
12.
Leitura da Ata;
13.
Encerramento/Lanche de confraternização.
MARÇO 2017:
REUNIÃO DA ALUZ FOI
REUNIÃO DA ALUZ FOI
NA CASA DO
BARÃO DE CATAS ALTAS
A última reunião da ALUZ aconteceu na Casa do Barão
de Catas Altas, no centro de Santa Luzia (Rua Silva Jardim, 129, Centro, Santa
Luzia. MG.). A casa é hoje de
propriedade do jornalista José Carlos Santana e é uma local de eventos culturais
da cidade. A reunião teve presença de vários acadêmicos e debateu temas como
Lançamento da 2ª Coletânea de Autores da Aluz, sob o o tema Meio Ambiente.
Tratou da Cesta Literária, uma iniciativa da Aluz para divulgar a literatura e
impulsionar os hábitos de leitura da população. Tratou também da inclusão do
Folclore como parte das atividades da entidade.
FRANÇA FAZ HOMENAGEM ÀS
MULHERES
O
presidente da ALUZ, Poeta José França faz homenagem às mulheres com declamação
de poema e distribuição de rosas
MULHER
José França
Uma homenagem às mulheres, no mês delas - MARÇO - e, principalmente, às da nossa Academia - ALUZ - Academia Luziense de
Letras e Artes.
Quando as gerações te chamaram maldita
A poesia te fez Deusa
Quando a História te fez profana
A poesia te fez sagrada.
Quando os homens viram em ti, o inferno
Os poetas te elevaram ao paraíso
Quando os homens viram em ti os espinhos
Os poetas chamaram-te de flor.
Quando os séculos ti fizeram prostituta
A poesia te fez santa
Quando as épocas te chamaram plebeia
A poesia te fez rainha.
Quando o mundo te fez vagabunda
A poesia te fez dama.
Quando as religiões te proclamaram sem alma
A poesia te fez divina.
Quando a sociedade te fez escrava os poetas te fizeram
musa
Quando os reis fizeram de ti objeto de consumo
Os poetas fizeram de ti fonte de inspiração.
Quando a modernidade te fez efêmera
A poesia te fez eterna.
MULHER
Porque tu és serenidade, suavidade, juventude, infinitude, divindade,
Pois és Sherazade, Penélope, Joana Suzana.
És Helena, MataHary, Elizabeth, Verônica, Madalena.
És Andréia, Frineia, Medeia Dulcinéia, és Maria.
És Afrodith, és Judith, és Tereza, és beleza, és Sofia.
És Capitu, és Pagu, és Laura, Glaura, Isaura, Ester,
És Isabel, Beatrizl, és Jocasta, és Florence, és Mulher.
És rosa, violeta, acácia, açucena, és dália, azaleia,
madrepérola, és verbena,
És vida, margarida, buganvília perfumada,
És orquídea, és Mãe, esposa, amante, namorada.
És emoção, és paixão, dor, certeza e verdade.
És amor, és prazer, és canto, és encanto, és saudade.
Como eu gostaria de descobrir os teus segredos
Para melhor te entender. Como eu gostaria de revelar os
teus mistérios,
Para poder te conhecer.
Como eu gostaria de decifrar os teus enigmas
Para, diante de ti, ajoelhar e ti admirar.
Se meu coração estúpido, embrutecido de homem,
Não conseguiu te entender, compreender-te,
Mas, MULHER, pode estar certa,
Ele um dia aprendeu a ti AMAR.
José França
Uma
homenagem às mulheres, no mês delas - MARÇO - e, principalmente, às da nossa Academia - ALUZ - Academia Luziense de
Letras e Artes.
APRESENTAÇÃO ARTÍSTICA
APRESENTAÇÃO ARTÍSTICA
ATRIZ CIRLENE LOPES
EMPOLGA PÚBLICO COM POEMA DE GERALDO FRANÇA
Resto
de Carne Cativa
(Canto de abertura)
"A Sinhá tá chamando.
Ô vida!
Com chicote na mão.
ô vida!
Eu não sou negra dela.
Ó vida!
Eu não quero apanhar.
Eu não vou lá.
Eu não quero apanhar.
Eu não vou lá."
Ô vida!
Com chicote na mão.
ô vida!
Eu não sou negra dela.
Ó vida!
Eu não quero apanhar.
Eu não vou lá.
Eu não quero apanhar.
Eu não vou lá."
(Declamação)
A Sinhá tá chamando. Mas eu não vou lá. O Sinhô tá chamando.
Também lá não vou. Eu não sou mais negra deles. Não vou não senhor. Sou carne
de cativo que o destino reservou.
A minha carne é uma herança de cativa maltratada. Sequestrada no
deserto.
Atraída pelo doce e pelo som do tamborim. Foi retalhada no chicote e salgada no negreiro. E vendida a preço alto lá no pelourinho.
Atraída pelo doce e pelo som do tamborim. Foi retalhada no chicote e salgada no negreiro. E vendida a preço alto lá no pelourinho.
A minha carne mazelada. Transportada acorrentada. Leiloada foi
vendida à escolha do freguês.
Foi a única que chegou no Brasil pra trabalhar. Não veio para
roubar.
Não veio para matar. Nem tão pouco explorar.
Como a carne branca fez.
Não veio para matar. Nem tão pouco explorar.
Como a carne branca fez.
Minha carne pouco fala. Estragada no racismo, se fala o chicote
estala. Criticada ao misticismo, é carne que ouve e cala. Sou raça de negro
velho Criado numa senzala.
Bisneta de negra velha,
odiada pela cor. Torturada na senzala. Massacrada pela dor. Sem direito ao sentimento e a escolha de um amor. Sem direito ao casamento, pra criar os seus rebentos e às vezes violentada nas mãos de reprodutor.
odiada pela cor. Torturada na senzala. Massacrada pela dor. Sem direito ao sentimento e a escolha de um amor. Sem direito ao casamento, pra criar os seus rebentos e às vezes violentada nas mãos de reprodutor.
Sou carne religiosa, sem direito a amar a Deus. Sou carne de mãe
babá, sem poder cuidar dos meus. Sou carne de benzedeira, carne que bate
pandeiro. Carne que rufa tambor, batucando no terreiro.
Fuma cachimbo e charuto, queima incenso e faz fumaça. Sem direito a pão e vinho.
Fuma cachimbo e charuto, queima incenso e faz fumaça. Sem direito a pão e vinho.
Só posso beber cachaça.
Uso folhas de guiné.
Pra curar o mal de espanto
e raminho de arruda,
pra poder benzer quebranto. Por causa das minhas crenças. Me chamam de feiticeira, macumbeira e mãe de santo.
Uso folhas de guiné.
Pra curar o mal de espanto
e raminho de arruda,
pra poder benzer quebranto. Por causa das minhas crenças. Me chamam de feiticeira, macumbeira e mãe de santo.
Dizem que sou filha do diabo. Que sou carne do diabo. Dá medo
até de falar. Mas com certeza Deus é bom! Tudo que eu peço ele me dá.
O diabo eu não sei, e, nem posso falar nele. Pois eu não conheço ele. Também não sou quenga dele. Se ele é bom ou é ruim.
O diabo eu não sei, e, nem posso falar nele. Pois eu não conheço ele. Também não sou quenga dele. Se ele é bom ou é ruim.
Nunca pedi nada pra ele.
Apesar da carne negra.
Também tenho os meus encantos. Não preciso de mandinga,
para dar prazer aos brancos. Quando prova da negrinha se encanta. Fica bobo e fica franco.
Também tenho os meus encantos. Não preciso de mandinga,
para dar prazer aos brancos. Quando prova da negrinha se encanta. Fica bobo e fica franco.
Minha carne é carne negra.
Mas não é carne de churrasco. Nem é carne de moqueca.
Eia é carne de trabalho. Encardida na fumaça,
sapecada no borralho. Esturrada na cozinha.
Sabor de pimenta e alho.
Hoje em dia a minha carne.
Não tem preço no mercado. É carne negra sem valor. Estragada com odor.
Mi desculpe meu senhor!
Se minha carne tem odor! É o cansaço do trabalho
e o jorro do suor. A imundice do negreiro,
o desleixo da senzala e a ferida da chibata,
que até hoje não curou.
Mas não é carne de churrasco. Nem é carne de moqueca.
Eia é carne de trabalho. Encardida na fumaça,
sapecada no borralho. Esturrada na cozinha.
Sabor de pimenta e alho.
Hoje em dia a minha carne.
Não tem preço no mercado. É carne negra sem valor. Estragada com odor.
Mi desculpe meu senhor!
Se minha carne tem odor! É o cansaço do trabalho
e o jorro do suor. A imundice do negreiro,
o desleixo da senzala e a ferida da chibata,
que até hoje não curou.
(Canto de encerramento)
"Se fosse treze de maio
Muita gente ia ver.
Eu daria uma festa bonita.
Pro povo rico entender.
Pois a princesa libertou.
E o mundo inteiro chorou.
No dia treze de Maio.
A escravidão acabou.
No dia treze de Maio.
A escravidão acabou."
Muita gente ia ver.
Eu daria uma festa bonita.
Pro povo rico entender.
Pois a princesa libertou.
E o mundo inteiro chorou.
No dia treze de Maio.
A escravidão acabou.
No dia treze de Maio.
A escravidão acabou."
Geraldo França
POEMA A SÃO JORGE
Dia 23.04 – Dia de São Jorge
Dia 23.04 – Dia de São Jorge
BETH BRETAS
SÃO JORGE
Se morre
em dia ensolarado
com céu azul,borboleta...
e luar.
Lua prendendo São Jorge
Com espada na mão
Distante, muito distante
Para salvar um “eu”
Tão pequeno
E mergulhado...
Há detalhes
Que não se deve contar
Segredos irreveláveis
Só existindo
Dentro do olhar.
Há na Lua um São Jorge
Com Dragão a fumegar.
Beth Bretas
Dia 23.04 – Dia de São Jorge
O QUE
É FOLCLORE ?
Prof. Dr. Sebastião Breguez
Folclore
é a cultura das classes populares também chamadas de classes subalternas ao
poder da elite dominante. Numa sociedade encontramos, em síntese, três culturas
diferenciadas: a cultura da elite dominante, que é transmitida pelas escolas
oficiais, a cultura popular ou folclore, que é transmitida pela oralidade
através de geração, de pais a filhos. E por último a cultura de massa que é
passada pela mídia (jornal/revista, rádio e TV).
O
folclore e o fato folclórico é toda manifestação cultural das classes populares
que tem como base estrutural de sustentação a oralidade, a tradição e o
anonimato. É tudo aquilo que está abrangido pela cultura do povo, que é
folclore.
A palavra
folclore foi usada pela primeira vez em 22 de agosto de 1848 pelo arqueólogo inglês
Willian John Thoms, em carta enviada à revista The Atheneun para designar antiguidades populares. Ou seja,
narrativas ou registros dos cantos, dos costumes e usos dos tempos antigos.
Para isto, Thoms usou de duas velhas raízes saxônicas: folk, que significa povo e lore,
que significa conhecimento, saber, cultura. Assim, folk-lore seria a designação
do conjunto dos fatos folclóricos ou sabedoria ou cultura popular. Com o tempo,
as duas palavras foram escritas em o hífen, formando uma só: folklore. E, assim,
foi usada no Brasil até que a letra k
foi substituída pela letra c, com a
reforma ortográfica, originando a palavra folclore.
O fato
folclórico pode ser representado pelo conjunto das manifestações culturais
envolvidas pelo folclore como o traje e as vestimentas regionais, a
gastronomia, a habitação, as artes domésticas, o artesanato, as crendices, os
jogos, as danças, as músicas, a poesia anônima, o conto popular, a literatura
de cordel, o congado, o bumba-meu-boi, a queima de Judas, o linguajar, a medicina
rústica, a religiosidade e as festas populares. Ou seja, todo um sistema de
pensar, sentir e agir que caracterizam a cultura das classes populares.
Mas todo
este conjunto cultural abrangido pelo fato folclórico tem uma característica:
ele se comunica, expressa idéias, sentimentos e opiniões. É nesta leitura que
se fundamentam os estudos da Folkcomunicação. Entender o sentido das mensagens
passadas pelas manifestações culturais do povo brasileiro. O fato folclórico se
fundamenta na oralidade, na tradição e no anonimato.
A
oralidade é uma das características básicas do fato folclórico. O folclore é
transmitido de pais a filhos, através de gerações a gerações pelo processo da
comunicação oral. Não existe nada escrito, tudo é passado pelo processo de boca
a ouvido através do tempo. Na oralidade, o processo de comunicação é informal e
dinâmico, articulado pela proximidade e presença do emissor e do receptor das
mensagens.
A
tradição é outra característica do folclore. O fato folclórico não nasce hoje,
mas existe e co-existe na sociedade através de décadas. É tradicional, mas
atualiza-se e incorpora novos elementos de informação e expressão. A
antiguidade dá o conteúdo básico, mas a forma incorpora elementos novos de
acordo com a evolução da sociedade.
O
anonimato é também uma característica básica. Ninguém sabe quem foi o criador
do fato folclórico, a sua autoria é ignorada. Muitas expressões, até mesmo
músicas são cantadas pelo povo há séculos sem que se saiba a autoria das
mesmas. Elas são absorvidas e aceitas pelas classes populares que se perde o
elemento de criação individual. Muitas vezes, entretanto, encontramos fatos
folclóricos que não são anônimos como os ex-votos, autos-de-fé, abecês e
desafios.
A estas
características deve se acrescentar a espontaneidade, a informalidade, a
plasticidade, a atualidade, a vontade de comunicar alguma mensagem através de
código, símbolo, cor ou som.
EXPEDIENTE
O
LUZIENSE é órgão oficial da Academia Luziense de Letras.
DIRETORIA:
Presidente José França. Vice-Presidente: Antônio de Pádua Galvão. Secretario:
Maria Anésia Elias Dias. Tesoureiro: Livingston Marlison Siqueira.
EDITOR
RESPONSÁVEL: Jornalista
Sebastião Breguez (Mtb: 2226 MG)
WhatsApp: 31
98877-5565